Aqui está o quarto artigo sobre as eleições da presidência da Câmara de Montreal. O primeiro artigo foi sobre as eleições, o segundo foi sobre Soraya Martinez Ferrada e o partido “Ensemble Montréal”, o terceiro artigo foi sobre Luc Rabouin de “Project Montréal”. Desta vez é sobre um novo partido “Transition Montréal” chefiado por Craig Sauvé. É importante de notar que todos os artigos são resumos duas suas visões e projetos que queiram realizar. Não é opinião nenhuma sobre qualquer partido.
Um vento de mudança sopra com a Transition Montréal. Os mesmos partidos governam-nos há décadas. As crises da habitação, do clima e do custo de vida batem-nos à porta. Novos desafios exigem uma nova abordagem.
Aqui estão alguns pontos importantes deste partido:
Metro e REM
A Transition Montréal defende que o gabinete de projeto da STM, criado para a linha azul, mantenha a sua experiência e capacidade de ação para lançar de imediato as próximas fases. Após décadas de espera, está finalmente a construir-se metro em Montreal. Na nossa opinião, perder esse saber-fazer seria um desastre. Por isso, é fundamental manter a mobilização e iniciar já a planificação dos próximos prolongamentos.
Assim, o partido dá prioridade à extensão da linha laranja até à estação REM Bois-Franc e da linha verde até LaSalle e Lachine, integrada no projeto estruturante do Grande Sudoeste.
A Transition Montréal compromete-se ainda a apoiar sem reservas o projeto do elétrico do Leste, desenvolvido pela Mobilité Infra Québec, ligando Montreal-Nord a Rivière-des-Prairies–Pointe-aux-Trembles. As comunidades do Leste mobilizam-se há anos por este projeto. Está na hora de passar dos estudos e realizar os REMS, e a administração fará tudo para que a construção comece o mais rápido possível.
Segurança em torno das escolas
Todos os dias, em Montreal, dezenas de milhares de crianças caminham, pedalam ou atravessam ruas para chegar à escola. Demasiadas vezes, esses percursos são marcados pela insegurança: excesso de velocidade, falta de infraestruturas pedonais, desvio de tráfego para ruas locais ou ausência de um planeamento adequado à presença de crianças.
A cidade de Montreal deve reconhecer claramente o direito fundamental de cada aluno à segurança nos seus deslocamentos, independentemente do bairro onde vive. Hoje, Montreal dispõe de experiência técnica, de dados claros sobre os corredores de risco, de uma rede escolar vasta e bem distribuída, e de uma vontade cidadã manifesta em favor de ruas mais seguras. É tempo de agir com coragem.
Woonerf?
A Transition Montréal propõe a instalação de barreiras amovíveis e a criação de woonerfs (ou “ruas vivas”) nos bairros escolares, para proteger as deslocações das crianças.
Estas medidas incluem o encerramento temporário de certas ruas durante as horas de entrada e saída das escolas, favorecendo o transporte ativo e acalmando o trânsito em zonas residenciais.
Um woonerf é uma rua de origem neerlandesa onde peões, ciclistas e automobilistas partilham o espaço de forma segura. A circulação é naturalmente reduzida (10 a 20 km/h) graças a elementos como chicanas, áreas verdes e mobiliário urbano. O objetivo é limitar o tráfego de atravessamento e criar um ambiente de vida agradável e seguro.
Criação do serviço Infra-MTL
Atualmente, a grande maioria das obras de pavimentação, arranjos urbanísticos e escavações em Montreal é entregue ao setor privado, que executa esses contratos gerando uma margem de lucro. A Comissão Charbonneau recomendou, aliás, que uma parte maior desses trabalhos fosse internalizada, de modo a reduzir custos e riscos de conluio — recomendação que a Cidade não seguiu. A própria fiscalização das obras encontra-se largamente privatizada, e cada concurso público mobiliza recursos significativos da administração, além de atrasar a execução dos projetos.
“Temos pessoal competente na Cidade. Entregamos tudo ao setor privado. Deviriamos dar às nossas equipas os meios para fazer mais e melhor em vez de pagar sem parar”.
Vida noturna em Montreal
Os compromissos da Transition Montréal para proteger a vida noturna e a vitalidade cultural da cidade incluem:
Nomear um/uma “presidente da noite” e criar um conselho noturno que atue como mediador entre organizações, empresas, população e instâncias municipais.
Estabelecer zonas culturais protegidas para salvaguardar salas de espetáculo e bares através de regulamentação clara, coerente e previsível.
Manter e reforçar o programa municipal de apoio à insonorização, promovendo uma convivência saudável, duradoura e equilibrada.
Limitar a intervenção do SPVM às situações de segurança e emergência, obrigando à mediação antes de qualquer multa.
Rever os critérios de acesso a subsídios municipais, de modo a apoiar de forma mais justa eventos, festivais e espaços emergentes de difusão.
Proteger a cena cultural contra a gentrificação comercial.
Criar e investir num fundo de cooperativização, retirando as pequenas salas de espetáculo do mercado especulativo.
Imposto sobre os ultrarricos
A Transition Montréal propõe criar um imposto progressivo sobre imóveis unifamiliares de luxo avaliados acima de 3,5 milhões de dólares. As receitas serão integralmente destinadas ao combate à falta de habitação e à crise da acessibilidade na cidade.
Quem é Craig Sauvé?
Craig Sauvé é conselheiro municipal do bairro Sud-Ouest desde 2013 e exerce funções de presidente suplente do mesmo bairro desde 2021.
Defensor do desenvolvimento do transporte público, foi vice-presidente da STM entre 2017 e 2021 e integrou, de 2019 a 2021, o Comité de Membros da Associação Canadiana de Transporte Urbano (ACTU), em representação de eleitos preocupados com a mobilidade.
A habitação acessível é também uma prioridade para Craig. Entre 2017 e 2018, foi vice-presidente do Comité de Habitação Social da Comunidade Metropolitana de Montreal e conselheiro associado para a habitação no executivo da cidade.
Em 2018, reescreveu o regulamento municipal sobre animais de companhia, baseando-o na ciência, no bem-estar animal e no respeito pelos cuidadores responsáveis.
Craig, que foi barman durante 11 anos, serviu cervejas aos militantes do partido no lançamento da campanha da Transition Montréal, a 21 de setembro de 2025.
Apoia as pequenas empresas locais integrando as direções de duas Sociedades de Desenvolvimento Comercial (SDC): Quartiers du Canal (desde 2014) e a SDC de Pointe Saint-Charles (desde a sua fundação em 2022).
Ativista comunitário incansável, antes da política institucional foi, entre 2008 e 2011, coapresentador de um programa de notícias e cultura na rádio comunitária CKUT 90.3 FM. Em 2011, juntou-se ao comité diretivo da SOS Meadowbrook para proteger os espaços verdes locais e foi cofundador da Ligue d’Action Civique, movimento cívico de combate à corrupção no Quebeque.
Craig conhece bem os desafios locais, não só como político, mas também por viver no Sud-Ouest desde 1998. Entre 2011 e a sua eleição em 2013, foi adjunto parlamentar da deputada federal de LaSalle-Émard, Hélène LeBlanc. Em 2024, candidatou-se pelo Novo Partido Democrático numa parcial em LaSalle-Émard-Verdun e novamente nas gerais de 2025.
Poliglota amador, apaixonado por animais e grande fã de música heavy metal (sem a impor a ninguém, a não ser que lhe peçam com insistência), Craig Sauvé é hoje uma das vozes mais ativas na defesa de uma Montreal mais justa, inclusiva e sustentável.
