Na noite que fechou uma jornada de tributo a Jorge Costa, que o futebol português fez por respeitar num raro momento de unanimidade, o Dragão lotou para prestar a devida2 homenagem ao seu capitão de sempre e ver o FC Porto comprovar as melhorias que a pré-época anunciou. O triunfo frente ao Vitória trouxe mais coisas boas do que más aos portistas, mas as lesões de Martim Fernandes e Jan Bednarek pesaram. E muito.
Quis o destino que o Vitória voltasse a visitar um Dragão vestido de luto. Em fevereiro deste ano, a morte de Jorge Nuno Pinto da Costa, o presidente que deu ao FC Porto uma dimensão global, conferiu uma forte carga emocional que, esta noite, se voltou a sentir pelo desaparecimento, trágico e repentino, de Jorge Costa, o capitão que personificou o conceito de «jogar à Porto».
Mas se, há meio ano, um FC Porto entregue à nostalgia não foi capaz de superar esse trauma, desta vez a história foi bem diferente. Na antevisão, Francesco Farioli partilhou que o plano passava por «seguir o exemplo do Jorge», e em campo viu-se uma equipa com o espírito combativo que caraterizava a lenda portista.
É certo que o Vitória, bem estendido no terreno, começou por assustar o Dragão com alguns desenhos ofensivos interessantes, mas o golo de Pepê, ao minuto 12, libertou os azuis e brancos para uma primeira parte de bom nível.
Com Gabri Veiga muito disponível para o jogo, Froholdt forte na pressão e as alas com dinâmicas interessantes, o FC Porto viveu um período de 20 minutos superlativos.
O Vitória ainda conseguiu sobreviver a um par de perdas de bola comprometedoras, que Froholdt e Samu não souberam aproveitar, mas acabaria mesmo por sofrer o 2-0, num cabeceamento fulminante do avançado espanhol, ele que, instantes antes, viu um golo ser-lhe anulado por fora de jogo de Pepê no início da jogada.
Mantendo um espírito positivo no jogo, apesar da dura realidade com que tinha de lidar, a equipa vimaranense fez por merecer um golo até ao intervalo, mas Diogo Costa e, sobretudo, Jan Bednarek iam chegando para anular as tentativas contrárias.
A segunda parte foi uma sombra da primeira, no que à qualidade do espetáculo diz respeito, e trouxe duas grandes dores de cabeça para Farioli, que viu Martim Fernandes e Jan Bednarek deixarem o jogo lesionados. O lateral português abandonou mesmo o relvado de maca.
Samu, que andava a ameaçar bisar, lá conseguiu dobrar a dose aos 78m, aproveitando uma defesa incompleta de Charles. Depois, Eustáquio ainda festejou o quarto golo dos portistas, mas o lance foi invalidado.
Com tudo resolvido, o Dragão distribuiu aplausos por uma equipa que entra na nova época com o espírito rejuvenescido.
Numa entrevista ao Porto Canal, Jorge Costa partilhou: «Isto, para mim, tem muito mais significado do que possa transmitir, não consigo… O Porto estava, está e estará para sempre cá dentro». Este FC Porto parece apostado em honrar esse espírito.
Um Dragão em modo «Bicho» no tributo ao capitão eterno
