Há algum consenso entre economistas e sociólogos que a riqueza de um pais ou de uma sociedade resulta da qualidade das suas instituições.
Estas instituições, contudo, são constituídas por homens e mulheres da própria sociedade e como tal acabam por refletir o mais profundo da sociedade no que toca a intelecto, moral e vontade.
A Argentina é um caso fulgurante, pois em um século passou de uma das nações mais ricas do planeta para uma nação cheia de dívidas monetárias, de défices financeiros, democráticos e em muitos outros campos da sociedade. Mas há muitos outros exemplos, desde a queda dos impérios da antiguidade, o que levou a filósofos a descreverem esse fenómeno desde há muitos séculos.
O exemplo dos EUA é flagrante.
É caso para perguntar se a boçalidade dos seus dirigentes máximos é aquilo que o cidadão de rua verdadeiramente pretende e valoriza. Mas a resposta é SIM. Por isso foram eleitos. Mas vamos a terras lusitanas, onde o fenómeno também ganha raízes sem ainda atingir a grosseria.
Da tragédia do elevador da Glória ao caso entre o reitor da Universidade do Porto e o ministro da educação, saltaram das trincheiras os oportunistas ativistas políticos, espalhando poeira sobre a forma de comentários apressados, descabidos, infantis e profundamente ignorantes.
Choveram os pedidos de demissão, chegando ao ponto do próprio presidente Marcelo opinar em praça pública (como não podia deixar de ser!) que o responsável máximo político (na tragédia do elevador) é o presidente da câmara, logo deveria pensar na demissão.
Este tipo de comentários, quando vindos de alguém instruído e minimamente experiente, não mostra somente a precipitação – mostra acima de tudo a falta de julgamento ou a sua incompetência.
O populismo barato que os media insistentemente trazem a palco leva também aos mais desavisados, que são numerosos, a engrossarem as listas dos descontentes que pretendem uma solução a qualquer preço, independentemente dos danos colaterais. Esta perda de orientação, esta falta de bússola moral e ética é a ferida mais grave que as sociedades estão a autoinduzir, espécie de autoflagelação gratuita onde se dá ouvidos aos histéricos públicos vazios de conteúdo e de moral, por vezes ultrapassando qualquer limite de respeito próprio, respeito ao cargo que representam e respeito pelo próximo.
Uma passagem pelo X do vice-presidente dos EUA é um manancial da mais profunda baixeza na resposta a outras pessoas, onde o personagem se revela incapaz de enfrentar as próprias incoerências partindo imediatamente para a boçalidade ofensiva e descabida.
Caro cidadão, não se desresponsabilize. Não diga que nada pode. Ao alimentar estes comportamentos, mais as ideias que os seguem, torna-se parte do problema e não da solução.
A solução, então, começa por nós. Começa pelo nosso exemplo.
Começa pela educação que damos aos nossos filhos e netos. A elevação de espírito, na conjugação de sabedoria e conhecimento, foi já identificada pelos filósofos e outros sábios da antiguidade um pouco por todo o mundo como sendo a base para uma sociedade feliz.
Porque razão então insistimos na decadência?
DÉCOUVREZ LE PORTUGAL ET LA COMMUNAUTÉ AVEC NOTRE JOURNAL