Caros leitores do jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio.
Hoje é domingo, 7 de setembro, e escrevo-vos do nosso condomínio em Roma, onde estamos de viagem pela Itália e que há de acabar na quarta-feira, dia 10, quando eu, a conversada e a nossa neta Clara regressarmos a Montreal.
As férias aqui em Itália têm decorrido muito bem, com temperaturas de verão, e até agora ainda não vimos chuva. Digo-vos já que, para quem é católico, como é o nosso caso, as igrejas são lindas e imponentes. Imaginem que algumas têm três ou quatro missas por dia. Já não estão cheias como antigamente de fiéis, mas sim de turistas vindos de todos os cantos do mundo. Num só dia de passeio em Roma, cruzámo-nos com freiras e padres em quase todas as ruas. Mais freiras que padres, porque as freiras andam em grupos.
O custo de vida aqui é mais caro do que em Portugal, tanto no alojamento como na alimentação. Mas como ficamos num condomínio, poupamos evitando os restaurantes. Desde o pequeno-almoço até ao jantar, fazemos tudo em casa. Eu viajo sempre com a nossa cafeteira de pressão e trazemos café de Montreal.
Como sabem, os restaurantes italianos servem muitas massas e pizzas, e custa um bocado ter de largar uns 60 a 80 euros por duas pizzas e uma garrafa de vinho. Em casa come-se melhor e mais barato. É por isso que alugamos sempre um apartamento.
Já fomos ao Vaticano, ao Coliseu e a muitas outras atrações turísticas de Roma. Antes de chegar à capital, passámos quatro dias em Palermo, na Sicília, para visitar o museu da máfia. As fotografias expostas são, às vezes, difíceis de encarar… mas é a realidade. E quem entra nessa vida sabe bem no que se está a meter.
Viajando de transportes públicos e a pé, é muito fácil descobrir esta linda cidade de Roma. Tenho mais umas coisinhas para vos contar, mas fica para a próxima vez.
“Algumas presenças não partem. ficam no perfume das cartas antigas, ao som de uma risada esquecida, no silêncio que de vez em quando visita o peito. não se vive apenas no tempo. vive-se na memória de quem soube amar. existimos enquanto alguém nos recorda.”— Carlos Ruiz Zafón.