Esta semana quero falar sobre o cinema, e quem sabe, contar uma aventura ou duas…. Vamos ver no que dá! Este verão, fui voluntária para o Cinéma sous les étoiles. Trata-se de uma organização que permite ver filmes gratuitos nos parques à noite, com as estrelas a brilhar como fundo. Adorei! Tive a oportunidade de conhecer um dos organizadores, Hubert Sabino-Brunette. Ele confiou-me que o seu pai era português e lia o jornal A Voz de Portugal. Partilhou também que, juntamente com Ana Alice de Morais e Marlene Edoyan, ele organiza um festival de cinema chamado RIDM (Rencontres Internationales du Documentaire de Montréal), que regressa para a sua 28ª edição incluindo várias seleções de filmes portugueses e brasileiros.
O RIDM vai decorrer de 20 a 30 de novembro em locais como a Cinémathèque québécoise, o Cineplex Odéon Quartier Latin, o Cinéma du Musée, o Cinéma du Parc, o Cinéma Public, a BAnQ, o Centre Pierre-Péladeau, a Sala de Exposição na Place des Arts e também no Monument-National. Esta 28ª edição do festival inclui filmes de Portugal e do Brasil, entre eles: Gods of Stone, de Iván Castiñeiras Gallego, uma seleção da Espanha, Portugal e França. The Last Harvest, de Nuno Boaventura Miranda, que vem de Cabo Verde e Portugal. Rezbotanik, de Pedro Gonçalves Ribeiro, outro filme du Brasil, Portugal e Espanha. Rio Remains Beautiful, de Felipe Casanova, uma coprodução da Bélgica, Suíça e Brasil. Esses são apenas três dos belos documentários que vale a pena descobrir no mês de novembro aqui em Montreal.
Eu, como uma boa borboleta, vou de atividade em atividade, a descobrir isto e aquilo, mas por favor, não me peçam para ficar muito tempo num só sítio. Não é a minha maneira de ser. A Joni Mitchell tem uma canção chamada Cactus Tree, na qual fala sobre o olhar de várias pessoas (amigos, amantes, amores?) sobre uma tal menina, rapariga, andorinha? Ela não para um momento, mas tem um grande coração, cheio, mas côncavo como um cacto. Eu vejo-me nessa canção. Porque, embora eu não seja muito boa a cumprir planos, adoro estar presente no momento e aproveitar os prazeres livres e artísticos que surgem de forma espontânea, seja por acaso ou por erro, nesta nossa cidade cheia de arte.
Espero que encontrem o que procuram nas salas de cinema, nos cafés com os amigos, ou quem sabe, nas suas cozinhas com os seus netos… Ciao, Andorinhas livres…
“They will lose her if they follow
And her heart is full and hollow
Like a cactus tree
While she’s so busy being free…“
Joni Mitchell
