Coisas do Corisco

Caros leitores, hoje vou-vos falar da Bernaldina, uma treinadora do clube do qual eu e a conversada somos membros, e que frequentamos, no mínimo, cinco dias por semana.
Mas, antes, vamos caminhando devagarinho e certinho para a época natalícia — eu gosto imenso das festas de Natal. Quando trabalhei durante 36 anos na Baixa de Montreal, a entregar pacotes e cartas, entrava naqueles grandes edifícios da cidade e regalava-me a ver as decorações e a árvore de Natal que havia em todas as entradas dos ditos cujos. Eram, para mim, momentos mágicos. Havia música, havia brilho, e a própria cidade estava enfeitada para receber o Menino Jesus.
Agora está enfeitada com pistas de bicicleta e bloqueada por todo o lado… mas isso já é outra estória, e não quero meter-me por aí.
Voltando à nossa amiga treinadora: ela é uma simpatia de pessoa e tem um amor incondicional por Deus. Agora, gostaria que o sempre charmoso e saudoso padre José Maria não lesse esta parte da minha crónica…
A Bernaldina diz que nós, católicos, vamos à Igreja sempre muito sérios e com cerimónias tristes…
Contrariamente às igrejas dela!
As missas dos nossos amigos e amigas de cor são uma alegria: toda a gente canta, bate palmas, e depois é comer, cantar e dançar até ao fim do dia. Mas quando se trata de um funeral… ahhh, aí — diz a Bernaldina — os humanos da sua comunidade querem abraçar e até entrar na cova com o falecido ou a falecida! É por isso que se diz: cada povo, seu uso… cada roça, seu fuso. Vou pôr um ponto final nesta minha humilde colaboração no jornal, que tão generosamente me acolhe no seu seio, com votos de Feliz Natal e um Ano Novo cheio de saúde para vocês todos. Da próxima vez que eu escrever, será dos Açores ou do Algarve, onde vamos passar o inverno.
“Cada um de nós é um grão de pó que o vento levanta, e depois deixa cair”, Fernando Pessoa.

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