Num destes dias, David Cameron, antigo Primeiro-Ministro do Reino Unido, revelou que foi diagnosticado com cancro da próstata. Quer agora servir de exemplo para que mais homens façam exames, a fim de levantar uma tão arriscada indeterminação.
Ora, em entrevista ao jornal The Times, David Cameron expôs que fez um exame de antigénio específico da próstata – o PSA. Sendo o resultado elevado – superior a 4 –, fez depois uma biópsia, que confirmou tratar-se de cancro. E explicou esta limitação das ações de diagnóstico: fazendo uma ressonância magnética, e surgindo algumas manchas escuras, poderá pensar-se que, com boa probabilidade, tudo está bem. Simplesmente, tudo se esclareceu quando chegou o resultado da biópsia: era mesmo cancro.
Acontece que o Reino Unidos tem agora em funcionamento a primeira parte de um projeto de controlo sobre a situação da próstata nos homens, após certa idade. Por ser assim, David Cameron expôs publicamente a sua situação, instando todos os homens britânicos, nas condições legais, a tratarem de levantar a sua situação no domínio da próstata.
Achei interessante esta atitude, que seria perfeitamente possível em Portugal, não fosse o caso de o Governo de Luís Montenegro estar a destruir, paulatinamente, o tão essencial Serviço Nacional de Saúde, que o jurista António Arnaut, pleno de um espírito cristão, pôs em termos legais.
Como este caso mostra, dispor de uma democracia formal pode não passar de praticar eleições sem problemas de ilegalidade, porque o essencial, de facto, não se torna logo, por essa razão, ao alcance da decisão dos cidadãos.
Mesmo que de uma esmagadora maioria.
Infelizmente, a nossa Direita e a atual Extrema-Direita estão plenamente apostadas em colocar os setores da Saúde, Reformas e Educação no seio da negociata privada.
E de tudo isto, invariavelmente, o nosso PS simplesmente protesta, mas sem assegurar, perante os cidadãos, que reporá o original que possa vir a ser destruído por aquelas forças políticas. Mas lá está: temos a democracia…
