Taça da Liga: Benfica 3-0 Tondela | Digestivo beirão com muitogelo e uma raspa de… chocolate

Já bem dentro da noite lisboeta, 50 mil adeptos assistiram àquilo que se pode descrever como um ‘digestivo beirão’ no Estádio da Luz. Em duelo da Taça da Liga, reinou a acalmia após uma longa série de jogos, sem grandes sobressaltos na defesa, com gelo nas bancadas e um trago doce no final.
Não foi bem uma exibição ‘à patrão’, mas o Benfica venceu o Tondela por 3-0 sem que Mourinho abdicasse de habituais titulares e ainda chamasse mais alguns na segunda parte para resolver o jogo. Otamendi marcou de grande penalidade, Pavlidis picou o ponto e Lukebakio deu um toque achocolatado (belga) com a estreia a marcar e uma assistência de calcanhar que acabou anulada por… um centímetro.

Mourinho bem disse que a
Taça da Liga «não era para brincadeiras»
O Benfica chegava a este desafio com uma goleada folgada na Luz, por 5-0, contra o Arouca, naquele que foi o resultado mais dilatado com José Mourinho ao leme da equipa. Por outro lado, o Tondela tinha como ponto de partida o cansaço do jogo de domingo, perdido contra o Sporting (3-0) e as dúvidas naturais de quem é penúltimo na Liga.
Através do onze apostado por Mourinho, o treinador mandava uma mensagem interna e externa – esta competição não é de somenos, é mesmo para ganhar. Apresentou um onze em força, com as grandes novidades a serem Samuel Soares na baliza e Andreas Schjelderup na ala esquerda, ele que tem perdido espaço. Fez cinco alterações em relação ao último jogo.

Já Ivo Vieira fez uma revolução no onze (teve menos um dia descanso, ainda por cima). Mudou dez jogadores, mantendo-se o defesa Brayan Medina, e com um pormenor interessante – Hugo Félix, irmão de João, foi lançado como titular pela primeira vez esta época, ele que está emprestado pelo Benfica.

Penálti de Otamendi salvou primeira parte cinzenta
A primeira parte dos encarnados foi muito morna, embalada pela acalmia dos adeptos num Estádio da Luz a meio gás. O Tondela não apresentava grandes dificuldades no ataque e no meio-campo, mas a defesa beirã ia impedindo males maiores, ora pelos cortes exuberantes de Medina, ora pelas defesas de Lucas Cañizares, filho de Santiago (ex-Real Madrid).
Aursnes e Lukebakio ofereciam dinamismo no corredor direito enquanto o esquerdo, entregue aos nórdicos Dahl e Schjelderup, parecia… congelado. Lukebakio apresentava problemas aos defesas contrários e foi bem travado pelo guarda-redes aos 19 minutos. Aos 30, o guarda-redes espanhol fez uma defesa ainda mais difícil perante remate rasteiro de Ivanovic.
O golo acabou por chegar já em cima dos 45 minutos, com um penálti que certamente dará azo a interpretações nas estações televisivas. Avisado pelo VAR Cláudia Ribeiro, o árbitro Carlos Macedo considerou que Afonso Rodrigues jogou a bola com o braço de forma ilegal. Porém, é empurrado ao mesmo tempo por Leandro Barreiro. O pénalti foi concedido e o capitão Nicolás Otamendi converteu com sucesso, na ausência de Pavlidis.
A segunda parte trouxe promessas de mais dinamismo. Aos 47 minutos, o Benfica marcou num belo movimento ofensivo. Schjelderup recuperou a bola alto, perto da área contrária, libertou para Barreiro e este passou para Lukebakio nas costas da defensiva. O belga assistiu Sudakov em grande estilo, de calcanhar, e o ucraniano finalizou bem. Porém… Lukebakio estava um centímetro (!) fora-de-jogo. Golo anulado.
Com este momento anticlimático, o jogo voltou à monotonia da primeira parte. Um marasmo de ideias, tanto de um lado como do outro. Tanto que Mourinho teve de chamar do banco de suplentes habituais titulares como Vangelis Pavlidis e Richard Ríos. Os miúdos da formação tiveram de esperar.
A verdade é que aposta surtiu efeito. Os dois participaram decisivamente em dois golos de belo efeito, nos dez minutos finais. Primeiro, foi Richard Ríos que sentou duas vezes João Afonso e assistiu Dodi Lukebakio para a sua estreia a marcar. Jogada fenomenal do colombiano, tantas vezes criticado.
Depois, já nos descontos e com o Tondela mentalmente abatido, Barreiro arranjou espaço para assistir Vangelis Pavlidis para um grande remate. Finalização de primeira, de pé esquerdo, para dentro da baliza contrária.
Afinal de contas, o Benfica pôde reclinar-se no cadeirão, acabar o digestivo e descansar a mente. Missão cumprida, por hoje. Segue-se o Sp. Braga na meia-final da Taça da Liga, numa reedição da última final da competição, ganha pelo Benfica de Bruno Lage em janeiro.

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