
Esta sexta-feira, tive o grande prazer de ser convidada para uma Noite de Cultura na Casa dos Açores do Quebeque. A presidente, Paula Ferreira, recebe sempre com uma classe e um carinho que faz com que não nos esqueçamos daquele sentimento de pertencimento a um movimento que leva as nossas tradições para o futuro. Fui lá para ouvir o fado, e acabei por sair com o peito cheio de comida regional e saborosa, além do coração repleto de arte, positividade e um profundo sentimento de benevolência.
A Marta Raposo, que agora se apresenta como Martinha, não perdeu muito tempo a nos lembrar do seu talento único que tem para reunir os seus, para ouvir o fado e partilhar a sua presença artística e positiva. A sala estava cheia, claro!
Já se passaram muitos anos, e ela contou-me que não se via como uma andorinha, mas sim como um colibri, também conhecido como beija-flor. Continuou a explicar-me que as andorinhas anunciam a primavera, a estação do “reviver” de tudo, simbolizando esperança, boa sorte e amor, entre outros. Descrevo com intenção a minha aventura artística neste rico jornal.
A Martinha, se tivesse de se identificar com uma ave, seria um colibri. O colibri é uma ave pequenina, como a Martinha, mas, tal como o colibri, ela não passa despercebida – as pessoas ficam emocionadas com a sua canção e com a conversa que ela mantém de forma intencional com o público. É fácil sentir alegria e perder-se na sua música.
O colibri é o símbolo de energia e também um transmissor de alegria por onde passa. E, de facto, a Marta Raposo, com as suas cantigas bem escolhidas, tem uma voz que encanta a audiência como só uma fadista pode. Bravo, fadista!

Também acho importante mencionar a equipa de voluntários que anima a Casa dos Açores do Quebeque, como o meu ex-aluno, Nathan Teixeira, que nem teve tempo de se sentar por ajudar com amor a sua avó e os voluntários daquela rica associação. Fico orgulhosa em fazer parte desta diáspora portuguesa. Também os guitarristas talentosos Manuel Moscatel, Valdemar Mejboudi e Nelson Moreira vibraram naquela noite, ao acompanhar a Martinha numa noite de sucesso cultural. Ciao, andorinhas livres…
