É impressionante como a vida muda. Há pouco tempo, quase ninguém conhecia a Netflix e ninguém falava diretamente sobre as histórias de Rabo de Peixe. Hoje, tudo é sobre esta vila.
A Netflix é uma das maiores plataformas de streaming do mundo, conhecida por disponibilizar um vasto catálogo de filmes, séries, documentários e produções originais. Desde que começou a investir em conteúdo próprio, tornou-se uma referência global, oferecendo histórias de diferentes culturas e países — incluindo Portugal.
Um dos exemplos desse investimento em produções portuguesas é a série Rabo de Peixe, lançada pela Netflix. Inspirada livremente em acontecimentos reais, a série decorre nos Açores, mais precisamente na ilha de São Miguel, na vila de Rabo de Peixe. A história acompanha um grupo de jovens que vê a sua vida virar de pernas para o ar quando uma enorme quantidade de cocaína dá à costa. A partir daí, mistura drama, suspense, crime e humor negro, explorando temas como pobreza, ambição, amizade e as consequências de escolhas arriscadas.
A série rapidamente se tornou um fenómeno em Portugal, destacando-se pela sua estética visual, ambiente insular e interpretações do elenco jovem. Também contribuiu para dar visibilidade internacional aos Açores e à ficção portuguesa. Em pouco tempo, tornou-se a série número 1 na Netflix, sendo vista por mais de 31 milhões de pessoas.
Mas o que realmente se passou naquela ilha de São Miguel? Será que tudo é ficção ou existe uma história verídica que marcou a vila?
Rúben Pacheco Correia iniciou, há dois anos, uma investigação completa sobre o caso.
Claro que há exageros!
Mas há pessoas que querem saber toda a verdade, e Rúben Pacheco Correia fez tudo para que a verdadeira história fosse passada para papel.
Durante a investigação para o livro, o autor entrevistou Quinci numa prisão no Brasil. É nesta conversa que surgem pormenores nunca antes revelados sobre a história que levou grandes quantidades de droga aos Açores.
O autor, um conhecido gastrónomo, comentador televisivo e natural de Rabo de Peixe, “mergulha na história verídica que, em 2001, mudou para sempre o destino da vila piscatória açoriana. O ponto de partida? A chegada de Antonino Quinci a Rabo de Peixe com mais de 700 quilos de cocaína. O que se seguiu foi uma cadeia de eventos rocambolescos que inspiraria, duas décadas depois, a criação de uma das séries portuguesas de maior sucesso internacional. Mas a pergunta mantém-se: e se a realidade for ainda mais incrível do que a ficção?”, lê-se na apresentação do livro.
“Rabo de Peixe – Toda a Verdade” é, segundo a editora, “uma tentativa de fazer justiça aos factos e à terra. Mais do que um livro-reportagem, é uma viagem ao acontecimento que abalou uma comunidade e que agora, finalmente, é contado na primeira pessoa — com verdade, coragem e rigor”.
No domingo, 23 de novembro, esta verdade chegou à Casa dos Açores do Quebeque, com uma sala cheia de escritores, jornalistas e fãs do autor. Houve também o Secretário-geral do PS, José Luís Carneiro, que veio dar a sua visita em Montreal e ao mesmo tempo veio dar um toque sobre o estado do partido, e a possibilidade de ser o próximo chefe do partido PS.
Manuel Puga, empresário e também “vizinho” de Rabo de Peixe, fez o prefácio para esta 4.ª edição. Tive ainda o privilégio de falar e de acrescentar o meu comentário sobre Rabo de Peixe:
“Falando de Rabo de Peixe… Sim, já fui lá.
Sim, já vi esta linda vila de Rabo de Peixe.
Sim, vivi a dor de perder um dos meus grandes amigos lá, por um pequeno problema tão simples — mas quando a vida diz que é o momento de partir, não há hipótese, fica-se ali.
Rabo de Peixe ficará sempre no meu coração, e quando vi a série fiquei pasmado com a história que aconteceu no geral.”
Este encontro foi um grande sucesso literário e cultural.
Parabéns e até à próxima Ruben!
