Um Tributo a Ana Plácido e às Mulheres na obra de Camilo Castelo Branco na Casa dos Açores

Um Tributo a Ana Plácido e às Mulheres na obra de Camilo Castelo Branco na Casa dos Açores
No dia 14 de novembro, uma noite inesquecível celebrou a vida e a obra de Ana Plácido, figura central na vida do grande escritor Camilo Castelo Branco. A escritora, feminista do seu tempo e companheira de Camilo, ganhou nova vida através de uma performance multifacetada que envolveu várias expressões artísticas.


O evento, intitulado Leituras Camilianas – Vozes de Mulheres na Obra de Camilo, foi uma verdadeira homenagem à força das mulheres na literatura camiliana e uma celebração do legado literário de Camilo.
Helena Canhoto, com a sua voz poderosa, trouxe Ana Plácido ao palco, imortalizando a figura da escritora que, para além da sua relação com o autor, foi um ícone de resistência e coragem em tempos de adversidade.

O texto de Isabel dos Santos, com a sua profundidade e sensibilidade, foi a base para a interpretação, enquanto a música de José Brites envolveu o público numa atmosfera única, evocando o espírito da época.
A ideação e mediação cultural do evento estiveram a cargo de Joaquina Pires, que, com o apoio do Abril, Colectivo Teatral, criou uma experiência imersiva, trazendo à tona os sentimentos e dilemas das mulheres que habitam o universo literário de Camilo.


O guarda-roupa de Cândida Cordeiro completou a recriação visual da época, transportando o público para o ambiente do século XIX com detalhes cuidadosos e elegantes.
O evento teve ainda o privilégio de contar com a apresentação da obra literária do escritor luso-canadiano Michael Gouveia. A sua mais recente publicação, O Herdeiro, foi apresentada ao público, juntamente com a tradução para o português.


Michael Gouveia, com a sua escrita única, faz-nos refletir sobre os desafios da identidade e da herança cultural, temas universais que ressoaram profundamente na noite.
A celebração da cultura portuguesa foi ainda enriquecida com a interpretação de fados, a cargo de Marta Raposo, acompanhada pelos talentosos guitarristas Manuel Moscatel, Valdemar Mejboudi e Nelson Moreira. O fado, que é a alma musical de Portugal, fechou com chave de ouro o evento, proporcionando aos presentes um momento de introspeção e emoção, enquanto evocava a tradição e os sentimentos mais profundos da literatura camiliana.


Este evento fez parte das comemorações dos 200 anos de Camilo Castelo Branco, uma data marcante que reforça a importância do escritor na literatura portuguesa e, especialmente, no campo da representação feminina na obra literária. As “Vozes de Mulheres na Obra de Camilo” não só celebraram a figura de Ana Plácido, mas também deram visibilidade a outras mulheres que, de alguma forma, habitam as páginas da obra de Camilo.


Queremos felicitar todos os artistas e intervenientes que tornaram possível este evento, com especial destaque para os membros do Abril, Colectivo Teatral, que deram forma a este projeto de forma tão apaixonada e profissional. A noite foi um tributo não só a Camilo Castelo Branco, mas também às mulheres que, de diversas formas, contribuíram para a sua obra, e à arte como veículo de reflexão e transformação social.
Foi, sem dúvida, uma noite de celebração da cultura, da história, da literatura portuguesa e da música portuguesa, parabéns à Casa dos Açores do Quebec e dos patrocinadores que ajudaram a financiar esta linda noite cultural.

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