Cordeone é o nome que ecoa com força e emoção no universo da música, um artista cujas raízes profundas nas tradições portuguesas e sua fusão com outras culturas resultam numa sonoridade verdadeiramente única. Desde o início da sua carreira, ainda muito jovem, Cordeone demonstrou uma paixão incontrolável pela música, o que o levou a explorar uma vasta gama de instrumentos e estilos, tornando-se um dos músicos mais versáteis e originais da sua geração.
Um Começo Promissor e Autodidata
Cordeone começa a sua jornada musical aos 9 anos, nas festas portuguesas em França, onde, ainda criança, se apaixonou pelo acordeão. Após três anos a estudar de forma autodidata, ele alargou os seus horizontes e começou a estudar piano, viola, guitarra de fado, bateria, baixo e percussões brasileiras. A sua busca incessante por novos sons e técnicas fez dele um verdadeiro mestre de vários instrumentos, algo raro e admirável no mundo da música.
A Colaboração com Gigantes da Música
Em 1998, Cordeone começa a sua carreira profissional e, ao longo dos 10 anos seguintes, torna-se uma figura indispensável no panorama musical internacional. Trabalhou com gigantes da música como La Ruda Salska, Jah Mason, Turbulence, Norrisman, Big Joe Turner and his Memphis Blues Caravan, Rauni, e Tati Veras (Raiz do Sana), entre outros. Estas colaborações permitiram-lhe absorver influências de diferentes géneros, como o reggae, o fado, o jazz e a música brasileira, moldando o seu estilo próprio e distinto.
A Música de Cordeone:
Uma Reflexão da Sua Identidade
A sua vontade de criar algo que refletisse a sua própria visão do mundo levou-o a compor a sua própria música. O seu primeiro álbum, intitulado Vida, é uma verdadeira viagem sonora que mistura jazz, fado, música brasileira e reggae, com toques de hip hop. Este álbum não é apenas um conjunto de músicas, é uma declaração de identidade, um espelho da sua alma, onde as letras, cantadas em português e francês, abordam questões sociais de forma profunda e sincera. Cada canção de Cordeone carrega consigo uma mensagem de paz, respeito e união entre os povos, refletindo a sua preocupação com o mundo e a sua luta por um futuro melhor. As suas músicas são autobiográficas, transmitindo a sua visão única da vida e o seu compromisso com a mensagem de amor e solidariedade.
Reconhecimento e Sucesso Internacional
O talento de Cordeone não passou despercebido. Em 2010, recebeu o apoio de Jazz à Tours, Acordéons Gadji e Propul’son, o que lhe deu ainda mais visibilidade no cenário musical. Apenas três dias após o lançamento do seu primeiro álbum, em janeiro de 2011, ele teve a honra de atuar no palco ao lado de artistas renomados como Ben l’oncle Soul, Danakil (no festival La Nuit du Reggae), e La Ruda Salska, uma experiência que solidificou a sua posição no mundo da música. No mesmo ano, foi eleito Artista Favorito do Festival Terres du SON, tendo atuado ao lado de Patrice, Yael Naim, Aaron e Philippe Katerine, consolidando a sua reputação como um dos artistas mais inovadores e carismáticos da sua geração. Em 2012, a sua carreira continua a ascender, com uma performance memorável no Printemps de Bourges, um dos maiores festivais da França. No ano seguinte, em 2013, Cordeone grava um tema com o lendário Clyde Spencer (The Drifters), ampliando ainda mais o seu alcance e diversidade musical.
A Evolução do Som: De
“Miss Erzulie” a “Uma História Simples”
Em 2017, Cordeone lança o seu segundo álbum, Miss Erzulie, que reflete a sua constante evolução musical e a busca por novos horizontes sonoros. O álbum foi um sucesso, e o artista continuou a brilhar no palco com grandes nomes da música, como Nathalie Pires e Ricardo Ribeiro.
Mas o seu percurso não parou por aí. Em 2019, Cordeone lança o seu terceiro álbum, Uma História Simples, com o seu grupo Fado Mânouche. Este trabalho é uma verdadeira celebração do fado, mas também incorpora influências do jazz e da música cigana. A sua ousadia e capacidade de inovar foram reconhecidas com a conquista do prémio de Melhor Artista de Fado nos IPMA 2019 (International Portuguese Music Awards), que decorreu em New Bedford, EUA.
No mesmo ano, ele também foi premiado como Melhor Solista Vocal no festival MadeInJazz New York Fest, um reconhecimento que atesta o seu talento incomparável como intérprete.
A sua jornada musical é uma verdadeira prova de dedicação, paixão e uma busca constante pela inovação. Cordeone não é apenas um músico, ele é um contador de histórias, um defensor da paz e da união, e, acima de tudo, um artista que traz consigo a rica herança cultural portuguesa, mas que, ao mesmo tempo, abraça o mundo em toda a sua diversidade. A sua música é uma ponte que conecta os povos e as gerações, e o futuro promete ainda mais surpresas incríveis para este artista talentoso.
