Crónica da 1ª Liga: Benfica desliza-se e os outros lizam-se

Tudo o que pode acontecer ao Benfica acontece mesmo, confirmando a Lei de Murphy. Num jogo caseiro aparentemente controlado, diante de um adversário com muito menor orçamento e qualidade individual como o Casa Pia (que até despediu o treinador durante a semana), a equipa de José Mourinho perdeu pontos na corrida para o título.
E, desta vez, fê-lo de uma forma risível… pelo menos para os adversários. Um auto-golo inacreditável de Tomás Araújo após um penálti defendido por Trubin, digno de um sketch de comédia, até arrancou sorrisos ao guarda-redes ucraniano. Esse momento trouxe instabilidade ao jogo e culminou num golo do empate aos 90+1m, de Nhaga, fazendo um impressionante 2-2. Os golos de Pavlidis e Sudakov de pouco serviram.
Os ânimos exaltaram-se muito, especialmente em direção à equipa de arbitragem, numa segunda parte cheia de incidências e que virou o jogo de pernas para o ar. Um fim-de-semana pleno de associativismo encarnado acaba em tragédia. Após Santa Clara, Rio Ave e FC Porto, o Benfica empata pela quarta vez no campeonato.

E O BRAGA
O Sp. Braga respondeu à ressaca europeia, após a derrota com o Genk, com um triunfo caseiro (2-1) sobre o Moreirense no duelo minhoto. Numa jornada em que Gil Vicente e Famalicão perderam pontos, os guerreiros fizeram a sua parte e ganharam terreno também ao Moreirense.
Sem deslumbrar, longe disso, o Sp. Braga percebeu que um triunfo era imperativo para as contas na Liga, agarrando-se a essa realidade. Com uma grande dose de pragmatismo, o conjunto de Carlos Vicens retomou os triunfos após duas derrotas, chegando-se aos lugares da frente com golos de Zalazar e Ricardo Horta. Um penálti ainda numa fase precoce do jogo acabou por ser fundamental.
Uma das sensações do campeonato, o Moreirense apresentou-se na pedreira com uma margem de conforto que poucos imaginariam no início da época: mais cinco pontos do que o Sp. Braga à entrada para esta ronda. Foi, por isso, um conjunto cónego desinibido aquele que subiu ao relvado.


Para o Sporting
Antes de mais, um parágrafo de silêncio.
….
Agora que guardamos respeito pela honra dos tempos duros que aí vêm para o futebol português, interessa dizer que o Sporting venceu o Santa Clara com um golo que nasceu de um equívoco: o canto que permitiu a Hjulmand fazer, no período de compensação, o 2-1 final não existe. Foi Geovany Quenda que acertou mal na bola e a atirou pela linha de fundo.
A partir daí o jogo ferveu, os jogadores do Santa Clara ficaram revoltados e dois deles viram o cartão vermelho. Após o apito final, ainda houve mosquitos por cordas, empurrões e insultos.
Nada disso poderia mudar o essencial, porém: o Sporting venceu um jogo muito duro, no qual chegou à vantagem a jogar com dez. Foi um daqueles triunfos arrancados do fim do fundo da alma… e da linha de fundo. Agora preparem-se para o pior: os próximos tempos não vão ser fáceis.

O Dragão continua a frente
O dragão apareceu em Famalicão a cuspir fogo, mas a vitória acabou por sair do gelo dinamarquês. Depois do empate europeu, o FC Porto surgiu no Minho com forte pendor ofensivo, contudo muito perdulário. Apesar de dispor de muitas oportunidades de golo, o único que encontrou o caminho da baliza foi Victor Froholdt.
Os famalicenses nunca conseguiram ter bola, como tanto gostam, e só por uma ocasião estiveram perto de marcar. O remate de Zabiri esbarrou caprichosamente no poste da baliza à guarda de Diogo Costa, que acabou por ter uma noite descansada. Os azuis e brancos seguraram a liderança isolada.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *