150 Anos da Fundação do Verbo Divino Raízes e Frutos Novos

A laranjeira, que foi plantada pelo meu pai, sempre foi a grande árvore do jardim.
Nos dias mais felizes que já teve, enchia o espaço de sombra, o ar de perfumes e a mesa de frutos. Nos últimos tempos, não tem estado bem. Passou por ela um vento tão forte que lhe arrancou vários ramos promissores. Além disso, uma praga, agora comum nos citrinos, danifica-lhe a folhagem e não deixa que lhe amadureçam os frutos. Mas ela, segura nas raízes, continua de pé com vontade de flores e de frutos. Precisa, urgentemente, de ser ajudada para se ver livre das pragas e daquele olhar triste.
O Papa Francisco, no livro “Francisco – ESPERANÇA – a autobiografia”, cita Gustav Mahler, maestro e compositor austro-húngaro, que dizia que “a tradição não é o culto das cinzas, mas a guarda do fogo”. A tradição não é um museu, comenta o Papa Francisco. A tradição é uma raiz, indispensável para que a árvore possa dar
frutos, e frutos sempre novos.
Celebrar o Jubileu dos 150 anos da fundação dos Missionários do Verbo Divino, é ter consciência de tudo isto: da árvore que um pai plantou, das boas raízes que a sustentam e alimentam, dos bons frutos que tem dado ao longo de tantas estações, mas, também, das intempéries e das tempestades que lhe danificam os ramos, e das pragas que podem não deixar que se produzam frutos novos e maduros.
“Por isso, todo mestre da lei instruído quanto ao Reino dos céus é como um pai de família que tira do seu tesouro coisas novas e coisas velhas” (Mateus 13,52). As velhas raízes são sempre uma promessa de bons frutos se cuidarmos da árvore.
A árvore é sempre a mesma; os frutos serão semelhantes; a forma de os servir é que é sempre nova na mesa de cada tempo. É este o grande desafio de todo o missionário: ser fiel e ser criativo. Que a celebração dos 150 anos seja uma estação
de frutos doces. Boa missão.

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